ORIENTAÇÃO DA DIETA PÓS-OPERATÓRIA DA CIRURGIA BARIÁTRICA


Monique de Oliveira Pinto
 Nutricionista

Izidoro de Hiroki Flumignan
Médico



    

    Que bom que você está procurando saber mais sobre este assunto!

     Você que vai fazer cirurgia bariátrica, ou está, pelo menos, pensando nisto, saiba que é a melhor apção para a obesidade de difícil resolução.

     Mas antes de decidir, conheça todos os detalhes sobre isto e agora vamos falar sobre a dieta a seguir da cirurgia.

     Nada substituirá as orientações da equipe de saúde que lhe acompanha, porém preparei para você um apanhado geral.   

     A cirurgia bariátrica causa uma sensação de saciamento mesmo comendo pouco.

     Isto acontece por que o estômago é reduzido a 10% do tamanho normal e quando distendido, mesmo com pouco alimento, envia sinais ao cérebro comunicando que está cheio.

Você já observou que tem gente que é baixa e tem pé grande e tem gente alta com pé pequeno?

O mesmo acontece com o estômago.

Tem gente que nasce com estômago grande e nem sabe disto pois a endoscopia digestiva é incapaz de medir o tamanho do estômago por ser uma câmara elástica.

Quem tem estômago grande precisa comer mais para sinalizar que está cheio e a cirurgia bariátrica pode corrigir isto.

A perda de peso é intensa durante as quatro semanas iniciais da cirurgia bariátrica e se mantém em rápido declínio até por volta do quinto mês, daí em diante o emagrecimento passa a ser mais lento, perdurando até o 18º mês, quando deverá estabilizar.

Este é um processo natural de adaptação do organismo.

A grande maioria dos operados não chega ao peso normal de tabela, perdendo em média 60 a 80% do excesso de peso, que é muito bom!

     Depois da cirurgia começa uma nova relação entre você e o comida.

    A seleção de alimentos passa a ser criteriosa e muda de acordo com o tempo.         

     Vinte e quatro horas após a cirurgia se faz testes com água mineral.

    Daí em diante segue-se para a dieta liquida, por cerca de duas semanas que tem como objetivo manter o repouso gastrintestinal para favorecer a cicatrização do aparelho digestivo e ao mesmo tempo garantir a hidratação e a boa nutrição através da ingestão de pequenos volumes fracionados, como por exemplo, 30ml (duas colheres de sopa) a cada 10 minutos ) com água mineral, água de coco, chá claro, suco de caju, maçã e pêra etc, sendo todos coados e cozidos.

    Com a boa aceitação, aumenta-se para 50ml a cada 15 minutos (um copinho de café) com hidratantes isotônicos, caldos de carnes cozidas e liquidificadas, gelatinas e suplementos alimentares em lata. O objetivo é atingir cerca de 1,5 litros de líquidos por dia.

Os caldos podem ser feitos com carnes de vaca, frango ou peixe, acrescido de vegetais como cenoura, batata, chuchu, abóbora, beterraba, espinafre, bertalha ou agrião, com temperos incluindo sal, tomate, salsinha e cebolinha.

     Depois da segunda semana vem a dieta liquida completa, onde será introduzida as sopas batidas, o leite desnatado, o iogurte natural desnatado e mantendo um ritmo de 50ml a cada 20 minutos.

          Na terceira semana vem a fase pastosa, alimentos mais engrossados como sopa no liquidificador sem coar, caldo de feijão, pures de legumes e sucos de frutas.

Na quarta e quinta semana vem a fase dos alimentos macios como as carnes moidas, arroz papa, macarrão  ao sugo, batata amassada etc.

Por volta da sexta semana vem a fase dos alimentos sólidos com bastante mastigação, quando  quase todos os alimentos normais voltam a sua dieta e daí em diante você vai perceber que pouca comida já é o suficiente para você estar saciado.

Mas a preferência por alimentos  nutritivos e com baixas calorias e bastante vitaminas devem perdurar para sempre.

  Durante esse processo você, o seu cérebro, saberá diferenciar a fome da vontade de comer.

O acompanhamento periódico com a equipe multidisciplinar, médico - psicólogo - nutricionista  se fará necessário para sempre, pois existem repercussões desta cirurgia para toda a vida. 

Osteoporose, flacidez, déficit de vitaminas, anemias e fadigas podem estar relacionadas aos efeitos colaterais da cirurgia bariátrica que podem ser evitadas com acompanhamentos periódicos e suplementos alimentares especializados.

Lembre-se sempre que a cirurgia bariátrica opera o aparelho digestivo e não o cérebro.

A longo prazo, depois de 5 anos, algumas pessoas operadas podem ter piora do humor depressivo pela ausência do prazer alimentar volumoso do passado - fato que precisa ser psicanalisado e deslocado para outras fontes de prazer, pois traz risco ao reganho do peso. 

Sim, cerca de 5 a 10% das pessoas que foram operadas reganham o peso anterior o da cirurgia.

Estas foram as que fracassaram no entendimento do que é a cirurgia bariátrica e pela interrupção da psicoterapia.






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