A obesidade é uma doença poligênica multifatorial que acarreta ingestão excesso de ingestão calórica acima dos necessários para a saúde. A pré-disposição hereditária e muitos genes relacionados a obesidade estão documentados. Ainda não possui cura porém o bom controle do peso é possível e realista. Existem evidências científicas mostrando que a obesidade encurta a sobrevida e é fator de risco para muitas outras doenças. Também a obesidade pode não ser a própria doença mas sim um "sintoma" de outra doença que acarreta aumento ponderal. Como exemplo, a obesidade pode ser um sintoma do hipotiroidismo, do hipercortisolismo etc e mais comumente de o transtorno alimentar compulsivo onde mecanismos psiconeuroendocrinológicos desregulam a relação humor-fome-saciedade-hormônios acarretando distúrbios do peso corporal e estão associados a ansiedade e depressão. É extremamente relevante estabelecer o diagnóstico etiológico da obesidade de cada pessoa para que seja traçado um plano eficaz para redução do peso e iniciar um processo de emegrecimento eficaz sem apoio profissional quase sempre fracassam. É função do médico estabelecer a etiologia e tratar a obesidade através de um plano de ação com uma equipe multidisciplinar, que envolve o endocrinologista, o nutrologista, o nutricionista, o psicólogo e muitas vezes também o psiquiatra. O tratamento da obesidade é complexo pois a fome e a saciedade estão profundamente relacionados aos nossos instintos de sobrevivência e de compensações do sistema neurohumoral, o que torna a dieta restritiva pouco tolerável a médio e longo prazo. A visão médica atual considera relevante o uso de medicação para o controle da obesidade, assim como se faz para o tratamento do diabetes ou da hipertensão. Existem centenas de dietas diferentes mas as melhores são aquelas que associam a sua filosofia de vida ao estilo de alimentar. Muitos obesos relatam que comem pouco e não emagrecem e em parte isto é verdade, na medida que o excesso de peso pode ser comparado a uma represa de água, que depois de cheia pouco fluxo a mantém repleta. Conselhos estabelecidos recomendam que os nutrientes precisam ser distribuídos ao longo do dia em refeições fracionadas, horários regulares, cardápios organizados. Folhas, legumes, carnes magras, gelatinas, pudins e refrigerantes dietéticos compõe básico para qualquer dieta saudável. Faz parte do comportamento alimentar adequado que as refeições sejam sempre iniciadas com grandes saladas de folhas verdes temperadas, à gosto. As folhas não são absorvidas pelo aparelho digestivo humano fazendo um grande volume fibroso, o que facilita o trânsito intestinal. Depois devem vir os legumes, seguidos pelas carnes e deixe os cereais por último, pois possuem mais carboidratos. Também é inequívoco que os alimentos integrais e frutas são saundáveis, sendo que os sucos e refrigerantes adoçados ocasionam elevada resposta insulínica que a longo prazo é uma das causas da esteatose hepática, aumento da circunferência abdominal e a síndrome metabólica. Prefira sempre os produtos naturais fibrosos. A polpa do açaí é nutritiva, de baixa caloria, porém, o “xarope” de guaraná tem muito açúcar e precisa ser evitado. O guaraná em pó e o café são ótimos estimulantes e possuem calorias reduzidas. Considere que os pudins, mesmo os dietéticos, são feitos de leite e um copo de 200 ml de leite desnatado tem cerca de 90 calorias, que equivale a aproximadamente 30 minutos de exercícios. São falsas as dietas que oferecem dias livres. Não se pode sair da dieta mesmo nos finais de semana, pois a ingesta calórica represada fará disperdiçar as conquistas anteriores. Qualquer bebida alcóolicas possui muitas calorias e são dispensáveis para a nutrição humana. A cerveja, entre elas, é a mais devastadora delas pois é rica em carboidratos e geralmente ingerida em grandes volumes. Há uma tendência que cerveja, no futuro, seja considerada tão ruim para a saúde quanto o fumo. As dietas costumam falhar pois são intoleradas por longo prazo sem apoio médico e psicológico. Não se trata de vontade fraca ou de voracidade alimentar. Trata-se de um conjunto complexo de causas e efeitos que estão relacionados ao bem estar, a saúde e a felicidade. A medicina tem recursos de reduzir o excesso de peso de todas as pessoas, na dependência do quanto cada um quer se empenhar no tratamento. O balão intragástrico não tem boa eficácia no emagrecimento pois cerca de 80% dos pacientes retornam ao peso habitual após um ano após sua retirada. Já a cirurgia bariátrica tem excelente resultados a longo prazo e tem sido cada vez mais prestigiada como terapia médica eficaz para as obesidades e suas comorbidades, entre elas, a reversão do diabetes tipo 2. Novas tecnologias já chegaram como a bariátrica endoscópica ou gastroplastia endoscópica e a EndoBarrier. Lembre-se que a chave do tratamento eficaz é o correto diagnóstico etiológico da sua obesidade que somente pode ser feito pelo seu médico e o seu empenho no tratamento estabelecido. Cuidado com o aumento circunferência abdominal mesmo nas pessoas com peso normal pois está relacionado com a síndrome metabólica que é a associação entre esteatose hepática, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia. |